Maculada, a mácula degenera
Antes imaculada visão se deteriora
Drusa, na retina que descola
Úmida chaga aos vasos assola

Eis que um sentido vai embora
Pouco a pouco, agora um borrão
Na visiva que esvaí a apreensão
Da míngua das cores à privação

Segue a sina, aumentando a pressão
Dos olhos que só enxergam neblina
E por mais clara, nem mais a campina
Avista apenas a percepção que amofina

E eis  que um sentido vai embora
Pouco a pouco, deixando sem chão
Leva as imagens e deixa um borrão
De repente, sem aviso, leva a visão

 Paulino R. e Silva
 
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